Dublê do diabo, Bélgica/Holanda, 2011, Lee Tamahori

Assistindo ao filme Dublê do diabo sem saber que era baseado no livro escrito por Latif Yahia, um oficial do exército iraquiano que foi obrigado a passar-se pelo inescrupuloso Uday Hussein, filho de Saddam Hussein, concluímos que é um bom filme de ação, com cenas eletrizantes, uma câmera com cortes rápidos nas cenas mais violentas. Tudo isso é esperado do diretor Lee Tamahori, que tem na sua filmografia filmes de ação como 007: Um Novo Dia Para Morrer, O vidente e Na teia de aranha.
Em Dublê do diabo, acompanhamos as atrocidades cometidas por Uday Hussein, as festas regadas a drogas e mulheres bonitas, os assassinatos e os estupros de menores por puro capricho. Ele é um homem com muito poder e dinheiro dominado apenas pela figura paterna, frente ao qual torna-se uma criança temerosa. Até aí o clichê de muitos filmes de ação com ótima atuação de Dominic Cooper. Mas ao descobrirmos tratar-se de uma história real, sentimos falta de uma abordagem psicológica mais profunda. Lembrei do excelente filme de mesmo gênero O ùltimo rei da Escócia (2006), filme sobre um elegante médico escocês que se torna médico particular do ditador de Uganda recém empossado Idi Amin interpretado por Forest Whitaker, o que poderia ter sido apenas um filme de ação mergulha de cabeça nas emoções e idiossincrasias de seu personagem principal, dando maior profundidade e credibilidade ao homem por detrás das cenas de violência.
A experiência de vida pela qual Latif Yahia passou podia ser explorada de muitas maneiras e pontos de vista. Ele viveu meses dentro da loucura de Uday. Infelizmente resolveram usá-la somente como base para um filme de açao, embora um bom filme de ação, e só.
Trailer:

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