Idiots and Angels, de Bill Plympton.
Homem imoral, corrupto e violento – negociante de armas que freqüenta sempre o mesmo bar – desenvolve, nas costas, asas que possuem vida própria: elas são bondosas, gentis, justas e honestas.
Bill Plympton dialoga com o cinema clássico norte-americano: não apenas os traços, os ambientes e as cores, como também o ritmo de Idiots and Angels lembram os filmes policiais vagabundos dos anos 50. Mas o diretor, como de hábito, ao mesmo tempo homenageia e satiriza, posto que acrescenta doses cavalares de exagero, grosseria, sexismo e incorreção política ao objeto em que se baseia.
No entanto, embora guarde relação com o trabalho blasfemo que consagrou Plympton, Idiots and Angels remete igualmente ao pouco lembrado e belíssimo The Fan and the Flower, incursão do cineasta pela fábula romântica, uma vez que as asas nascem para aproximar o anti-herói da mulher que ama em segredo – e, por conseguinte, redimi-lo do comportamento errático que a solidão e o cinismo lhe impuseram.

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