Este registro de alguns momentos do Tim Festival, ou melhor, da sexta-feira (26), era para estar no blog da Revista Moviola antes, mas seguindo a onda de atrasos nos shows do evento, também me enrolei e só agora libero o texto.
Comprei ingressos para ver Björk e as Divas. Com o caos no trânsito não deu para ver o Antony and the Johnsons estrear na pista 1 antes da cantora islandesa. Mas, como a canadense Feist cancelou seu show, Antony se apresentou também junto com as divas na pista 2. Entretanto, neste local, o som não estava bom e, além disso, as pessoas não paravam de ir e vir. Só não foi um fiasco total porque a Cat Power fez um show honesto – dentro das possibilidades e com os desacertos da produção. Não se ouvia muito bem a voz da americana Chan Marchall. Pelos menos, quando ela entrou, as pessoas pararam para ver e tentar ouvir suas canções ao contrário do que aconteceu com Kátia B. Ela foi a primeira a subir no palco, mas, durante sua apresentação, as pessoas estavam conversando ou procurando um lugar para sentar.
O mais impossível no espaço das divas foi o tempo entre um show e outro. Tínhamos que esperar uma meia hora para que o palco ficasse pronto para a próxima atração. Isso deixou a todos cansados, e muito. Quando Cibelle começou a cantar, por volta das 4h da manhã, anunciaram que a entrada estava liberada. O chamado não conseguiu atrair mais do que duas ou três dezenas de pessoas. Muita gente foi embora. A pista 2 estava praticamente vazia e poucos conheciam o trabalho de Cibelle. Aliás, um grupo que estava do meu lado nem mesmo sabia que ela era brasileira, só descobriram quando a moça falou em alto e bom português e revelou que sua mãe estava ali para assisti-la.
Os ingressos caros do festival não garantiram uma estrutura decente para o público. Não tinha onde descansar entre um show e outro. Ao contrário das edições passadas, não havia uma área com pufes e sofás para o bate-papo com os amigos ou para jogar o corpo e recuperar a energia.
Na sexta-feira, o que valeu mesmo no evento foi o show de 50 minutos de Björk. Tudo no palco funcionou no tempo certo e com acordes afinadíssimos. O som estava ótimo, ela esbanjou energia, fez todos dançarem, cantarem e até fazer silêncio para ouvir as novas canções do Volta. Da pista 1 ficou um gostinho de quero mais. Para a pista 2, cairia bem os versos do Corvo, de Poe: “Never more”